Boi de Reis

Cultura do Rio Grande do Norte: Mergulhe em Encantadoras Tradições

O que você já sabe sobre a cultura do Rio Grande do Norte?

Que o local é famoso por sua carne de sol com macaxeira e produção de cana de açúcar, disso você já deve saber.

Mas, se você está viajando para Natal ou para qualquer cidade norte-rio-grandense, é importante ter em mente quais são as principais tradições e festividades culturais da região para escolher o melhor momento de viajar.

Uma viagem em que o turista participa de uma festividade que faz parte da cultura do estado é muito diferente de uma viagem em que não há nada diferente acontecendo no local.

Ou seja, isso vale até mesmo para locais cheios de atividades para fazer, com praias e muitos restaurantes e atrações, como é o caso de Natal.

Por exemplo, veja que conhecer Salvador no Carnaval e conhecer Salvador na baixa temporada são duas experiências totalmente distintas. O mesmo vale para o Rio Grande do Norte.

Neste artigo, apresentamos algumas das principais festas tradicionais da região para que você possa vir ao Rio Grande do Norte na época que te parecer mais interessante!

Conheça a cultura do Rio Grande do Norte: estas 9 manifestações culturais te ajudarão a conhecer mais sobre o estado!

Apresentamos, em seguida, festividades e manifestações culturais, como gêneros literários e danças! Cada uma delas tem grande importância para a cultura do Rio Grande do Norte.

Como a maioria das festividades ocorre em momentos distintos no ano, você pode planejar a sua viagem considerando o momento do ano mais favorável para você e que tenha a comemoração de que você deseja participar!

1. Congos de Calçola (congadas) – tradição da raça negra que se transformou no Brasil

Congos de Calçola
Fonte: Turismo Ilhabela (Flickr)

Os congos, também conhecido como Congos de Calçola ou congadas, são uma dança típica do estado do Rio Grande do Norte e representam a história da cultura negra no Brasil.

Trata-se de danças africanas que foram adaptadas para o Brasil pelos escravos e seus filhos.

Além disso, essas “danças guerreiras” ganharam algumas roupagens características das religiões dos portugueses que, por sua vez, incentivavam as danças.

Esse incentivo tinha uma motivação. Essas danças faziam com que os escravos se lembrassem das suas origens reais. Assim, eles se comportavam melhor e mantinham a paz nas senzalas.

Em linhas gerais, então, os congos são danças que contam histórias, como é o caso das lutas entre guerreiros.

Existem, no momento, 3 grupos de congo no Rio Grande do Norte:

  • Congos de Calçolas da Praia de Ponta Negra (Natal);
  • Congos de Santo Antônio dos Barreiros (São Gonçalo do Amarante);
  • E Congos de Taboão (Ceará Mirim).

2. Boi de Reis (ou Boi Calemba)

Boi de Reis
Fonte: Encontro dos Povos Grande Sertão Veredas (Flickr)

A festividade do Boi de Reis também faz parte da cultura popular do Rio Grande do Norte.

Ele também é conhecido como Boi Calemba e é a versão potiguar do Bumba Meu Boi ou Boi Bumbá, conhecido em todo o território nacional.

A festividade da qual o Boi de Reis é símbolo funciona como um auto popular, isto é, uma cerimônia pública, em que se conta a história da morte e da ressurreição de um boi.

Essa narrativa apresenta alguns personagens, classificados como mestres, galantes e damas.

Esses personagens também se dividem entre “mascarados” e “enfeitados”, e se apresentam cantando e tocando instrumentos musicais específicos, como a sanfona, a rabeca e o pandeiro.

Se puder, assista à apresentação do Boi Calemba Pintadinho de São Gonçalo do Amarante, uma das festividades mais tradicionais do estado, com mais de 100 anos de exibição.

3. Pastoril

Pastoril
Fonte: Wallace Araújo (Flickr)

O pastoril é uma dança que também é conhecida popularmente como “Lapinha” e é muito representativa da cultura do Rio Grande do Norte.

Trata-se de uma dança de representação dramática de origem portuguesa e, além disso, é um dos principais espetáculos nordestinos, apresentado na época do Natal.

Na narrativa, há uma mistura entre princípios da moralidade cristã com práticas profanas. Essa é uma diferença importante considerando a dança conforme sua tradição portuguesa.

Como todas as danças comentadas até então, esta também conta uma história, que é a história do nascimento de Cristo.

Nela, um grupo relativamente grande de meninas e moças mais velhas se dividem em dois grupos (também chamados de cordões).

Um grupo se veste de vermelho e o outro de azul, sendo que uma das meninas, a personagem Diana, representa ambos. As meninas entoam cânticos religiosos e fazem coreografias simples.

Diz-se que essa “versão brasileira” mistura o santo e o profano porque, com o passar do tempo, o pastoril brasileiro ganhou personagens que não faziam parte do enredo original, mesmo que os cânticos sejam os mesmos de antigamente.

4. Caboclinhos – uma manifestação de cultura popular que exalta as tradições indígenas

Caboclinhos
Fonte: Pollyanne Figueiredo εïз (Flickr)

Você sabia que os Caboclinhos são patrimônio cultural imaterial do Brasil?

Apesar de ser uma manifestação cultural típica principalmente do estado do Rio Grande do Norte, essa imagem tem uma projeção nacional de muita relevância!

Para começo de conversa, caboclos são filhos de pais com etnias diferentes, sendo que um deles é indígena e o outro é branco. É a esse grupo de pessoas que a manifestação dos Caboclinhos se refere.

No Carnaval, a fim de fazer uma homenagem aos primeiros habitantes do Brasil, grupos de brincantes se vestem com plumas e pedrarias que fazem uma releitura carnavalesca de trajes indígenas tradicionais.

Ademais, nas festividades em que os Caboclinhos aparecem, eles prestam reverência ao Caboclo, entidade da Umbanda.

Além das vestimentas, os Caboclinhos também dançam diferentes toques que fazem referência a rituais da população indígena, como o toque de guerra (para combates), o toque de perré (para pedir chuva) e o toque de baião (para comemorações).

5. Zambê – uma dança típica norte-rio-grandense

Zambê
Fonte: Rafael Silva Oliveira (Flickr)

Outra dança típica que representa a cultura popular do Rio Grande do Norte é o Zambê.

Ela é de extrema importância para a história do estado já que a tradição do Coco de Zambê remonta o passado da ancestralidade negra no Brasil.

É importante dar uma explicação: Zambê é o nome que se dá a um instrumento usado para ritmar o momento em que cantos são entoados e acompanhados por uma dança de roda da qual apenas homens podem participar.

Essa é uma tradição típica do mês de São João: junho. Então, se você gostaria de aprender um pouco mais sobre a história do povo preto no Brasil, a época das festas juninas é um período ideal para conhecer o estado.

De modo geral, os brincantes autorizados a praticar essa performance são remanescentes de quilombolas, já que a prática funciona como um atestado de ancestralidade. Apesar disso, os turistas estão autorizados a assistir!

O grupo de zambê mais famoso do Rio Grande do Norte é o da comunidade quilombola de Simbaúma, que fica no litoral Sul do estado.

6. Literatura de Cordel

Literatura de Cordel
Fonte: Diana Goulart (Flickr)

Conhecida como um traço cultural do Nordeste do Brasil, a literatura de Cordel também faz parte da cultura do Rio Grande do Norte.

Os cordéis são produtos de um gênero literário em que histórias da vida real se transformam em poesias escritas de forma rimada. Essas poesias podem ser tanto faladas quanto impressas em folhetos de papel jornal.

Os temas das narrativas, de modo geral, envolvem histórias tradicionais de cada região, transmitidas por meio da tradição oral.

Essas histórias só perduram no tempo porque as pessoas foram contando as longas poesias umas às outras.

No Rio Grande do Norte, há cordelistas famosos em atividade. Aqui vão alguns nomes para você ficar de olho quando for ao estado:

  • Antônio Francisco (Mossoró);
  • Chico Pequeno (Natal);
  • Chico Traíra (Açu).

Se ficar sabendo da apresentação ao vivo de qualquer um destes famosos cordelistas, não deixe de reservar espaço em sua programação. Sem dúvida, vai se divertir muito!

7. Festa de Nossa Senhora dos Navegantes

Festa de Nossa Senhora dos Navegantes
Fonte: trmb18 (Flickr)

Você já ouviu falar na festa de Nossa Senhora dos Navegantes? Ela é a santa padroeira dos marinheiros, cuja proteção se estende sobre aqueles que estão no mar.

A festividade em homenagem a esta santa é muito conhecida principalmente na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. A fama se deve ao fato de a santa Nossa Senhora dos Navegantes ser padroeira da cidade.

Para os praticantes da Umbanda e do Candomblé, a padroeira também é relevante, mas ela é conhecida como Iemanjá, um orixá – divindade africana – feminino cujo nome significa “mãe cujos filhos são como peixes”.

Ela também se conhece como a Rainha do Mar.

Além de ser importante para vários estados e países, essa mesma santa tem extrema relevância para o estado do Rio Grande do Norte também.

A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes é uma comemoração famosa que ocorre na praia de Redinha, em devoção à santa protetora dos pescadores.

Aliás, esta praia fica em Natal, no bairro da Redinha.

Dessa forma, trata-se de uma comemoração realizada há mais de 100 anos na cidade e envolve algumas procissões.

Para os turistas que gostam de destinos com atrações relevantes para o turismo religioso, esta é uma festividade para considerar no seu roteiro de viagem.

Contudo, preste atenção! Diferente da comemoração nacional, que ocorre no dia 2 de fevereiro, no Rio Grande do Norte a festividade dura alguns dias e geralmente acontece nas duas últimas semanas de janeiro.

8. Bambelôs

Você já percebeu que a maior parte das manifestações culturais que acontecem no estado do Rio Grande do Norte envolve danças de origens distintas. O bambelô é mais uma delas!

Trata-se de uma dança de roda, em que várias pessoas fazem um círculo e dois figurantes dançam no centro, principalmente nas praias da capital do Rio Grande do Norte.

Infelizmente, enquanto algumas atrações têm data e local específico para acontecer, as informações sobre outras dessas manifestações da cultura popular norte-rio-grandense são mais difíceis de encontrar.

Como no caso dos bambelôs, elas podem depender das praias que você visitar e da hospedagem que te receber. Ou seja, para algumas atrações, há uma limitação de localização geográfica.

Ainda assim, temos uma dica para você. Caso esteja procurando por uma informação sobre uma atração específica enquanto viaja, procure o Centro de Convenções de Natal para ter indicações confiáveis de um órgão do governo.

Dessa forma, se você quiser ver um bambelô de perto, profissionais que conhecem os grupos da cidade e do estado poderão te ajudar a encontrar um evento.

9. Fandango – dança de origem espanhola que perdura no Rio Grande do Norte

Marujada
Fonte: Paulo Henrique Figueiredo (Flickr)

Para finalizar a nossa lista de atrações para não perder em uma viagem ao Rio Grande do Norte, falaremos do fandango (ou marujada). Trata-se de uma festa que faz parte da cultura do estado.

Esse festejo tem origem espanhola e é típico da temporada natalina. Assim, para acompanhá-lo, você deve estar no Rio Grande do Norte no mês de dezembro!

Nesta festa, as pessoas se vestem com roupas que lembram as vestimentas dos marinheiros.

Por essa razão, portanto, ela também recebe o nome de “marujada” em alguns locais.

Você verá que personagens vestidos a caráter performam danças que lembram o sapateado, o que remete à origem espanhola da tradição.

Além disso, esses personagens entoam cantos ao som de instrumentos de corda, principalmente o violão e o cavaquinho.

E então, gostou de conhecer um pouco da cultura do Rio Grande do Norte?

Neste artigo, apresentamos a você diversas atrações que compõem um cenário de diversidade cultural no estado do Rio Grande do Norte. Há tradições que vêm de Portugal, da Espanha, da África e dos indígenas.

Contudo, todas elas ganharam uma roupagem 100% brasileira que fez com que elas se tornassem ainda mais especiais e dignas de preservação.

Não é à toa que algumas dessas manifestações da cultura do Rio Grande do Norte foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do país.

Bandas de música, artesanato, poesia popular e artes plásticas, por exemplo, são algumas das manifestações que refletem a essência do potiguar.

Como dissemos várias vezes ao longo do artigo, confira quais dessas atrações despertam a maior curiosidade em você como turista. Ou, ainda, verifique qual delas está entre o tipo de ponto turístico que mais atrai o seu perfil.

Encontrando atrações que lhe agradem, faça delas itens em seu roteiro de viagem. Sem dúvida, dessa forma, a sua estadia no Rio Grande do Norte ganhará um sentido ainda mais especial.

Por fim, para conhecer mais sobre a cultura do Rio Grande do Norte, pontos turísticos do estado e dicas sobre hospedagem, alimentação e transporte, confira os nossos muitos outros conteúdos.

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