O Forte dos Reis Magos é uma atração imperdível para quem visita Natal, no Rio Grande do Norte. E se você quer informações sobre o local, ou não sabe nada sobre ele, então veio ao lugar certo!
Aqui no blog Viagem Club, você vai encontrar os melhores roteiros para diversas situações, momentos e preferências e, a partir do roteiro completo para a cidade de Natal, vamos “abrindo” mais e mais o mapa, encontrando todos os recantos e atrações que possam colorir sua viagem!
A atração de hoje é imperdível para quem curte compreender e acessar a história de onde passa.
De fato, o Forte dos Reis Magos, assim chamado por sua construção iniciada no dia de Reis, 6 de janeiro, é um marco na história do Brasil e um belo ponto turístico e histórico no Rio Grande do Norte.
Sendo hoje administrado pela Fundação José Augusto, o forte já foi muito cobiçado pela sua posição estratégica e a construção foi executada por um engenheiro mor de extrema competência.
Tendo sido construído em uma época em que a nação sofria ataques de corsários franceses e holandeses, e estava em franca disputa pelo continente inteiro com outras nações europeias, é um verdadeiro baú de material histórico nacional.
São muitos os fortes espalhados pelo Brasil, um país de dimensões continentais, e um gigantesco litoral.
Imagine só, há mais de 500 anos, quando não existiam aviões ou veículos terrestres, quantos fortes foram necessários para guardar nosso imenso país…
O comandante da dominação holandesa no Brasil, Maurício de Nassau, que esteve na fortaleza, deixou registros escritos onde se mostrava impressionado e admirado com as dimensões e segurança do forte.
Vamos detalhar para você por que vale a pena tirar um tempo para visitar este monumento à história brasileira.
Forte dos Reis Magos: cheio de história e registros
Com fundação datada do dia 25 de dezembro de 1599 (construção iniciada em 6 de janeiro de 1598), situada às margens do rio Potengi, esta fortificação tinha por objetivo fazer a proteção da região norte da nação, que estava sendo tremendamente acossada pelos franceses.
Aliás, o interesse dos franceses naquele momento, por não terem forças suficientes para se apossarem do litoral, tampouco do continente, era pilhar as povoações costeiras, roubar e enviar o Pau-Brasil para a Europa.
Tendo sido ordenado ao capitão-mor a erguer uma primeira edificação de taipa e se assentar, a partir de então, em cinco anos, a construção já estava fortemente guarnecida, com artilharia posicionada e capacidade para o aquartelamento de 2oo homens.
Dessa forma, o Forte dos Reis Magos, repleto de canhões e fortificações, fora feito para resistir a invasões que os colonizadores sabiam que viriam por muito tempo.
Situado sobre um recife que enchia na maré alta, tinha difícil acesso.
A derrota do Forte dos Reis Magos contra os holandeses
Contudo, nas invasões holandesas do Brasil, o Forte dos Reis Magos sofreu uma derrota.
A aliança que existia na Europa entre Portugal e Holanda se dissolveu, com a invasão da Espanha ao país lusitano. Os holandeses já haviam saqueado o Recife, e se lançaram contra o Rio Grande.
Apesar da resistência, os lusitanos não puderam resistir.
Caíram devido à traição de um aliado chamado Domingos Fernandes Calabar, que se aliou aos holandeses, revelando segredos estratégicos da nação.
Tendo desembarcado na Ponta Negra e tomado o forte, em 1633, os inimigos ocuparam-no até 1654.
Neste período, chamaram-no “Castelo Keulen”. O avanço pelo Rio Grande do Norte, então, pôde ser coordenado com maior agilidade.
Em seguida, uma guerra de reação, chamada “Guerra da Luz Divina”, conseguiu expulsar os holandeses do Brasil, tendo sido o Forte desocupado e retomado sem necessidade de nova batalha.
Um grande tratado celebrou a entrega do norte do Brasil de volta ao domínio dos portugueses, e desde então, a fortificação não perdeu o domínio.
Porém, em diversos conflitos nacionais, serviu de prisão para grandes líderes e inimigos políticos do Estado.
Dia de Reis, tempo de reinos
Tudo o que foi contado é um pequeno resumo deste período da história nacional que ajudou a consolidar o espírito patriótico, a formação do exército, a demarcação do território e as lideranças.
O povo do nordeste é forjado na lida, no trabalho, e repleto de cultura para mostrar.
Mas o forte tem ainda mais do que história para ser conferida. Tem uma bela vista para a Praia do Forte e a cidade de Natal, que pode ser conferida de uma das amuradas.
Na planta poligonal irregular, em torno do terrapleno, assegurado pelas muralhas, estão as edificações abertas à visitação.
A casa de comando, os depósitos, os quartéis, a casa da pólvora, tudo continua fiel ao projeto original, para apreciação dos turistas.
Os visitantes podem trafegar pelo forte e se sentirem como soldados da época.
Vale lembrar que na maré cheia, ninguém entrava ou saía do forte!
Ao mesmo tempo que todos ficavam cercados de água, aumentavam as defesas da construção, pois os navios inimigos só dispunham do mar para chegar às muralhas.
Formato que impressiona
A forma de “estrela” é outro detalhe que faz o local impressionante.
Uma forma clássica utilizada para fortificações marítimas, com amuradas pontudas. A autoria é do padre Gaspar de Samperes, um jesuíta pertencente à Companhia de Jesus.
A história mais antiga do Brasil colonial é estritamente ligada ao litoral Norte.
Vale lembrar que no museu Câmara Cascudo, em Natal, RN, está o Marco de Touros, o primeiro monumento brasileiro, um marco com origem do ano de 1501 deixado nos limites entre dois municípios do litoral do RN.
Até fevereiro de 2021, o marco estava guardado no forte, até ser transferido ao museu.
Este grande documento em pedra repousa sob uma bandeira com a Cruz de Malta. Assim, fica mais essa dica de visita!
Algumas belezas para apreciar e visitar no Forte dos Reis Magos
Voltando ao passeio pelo forte, ainda restam algumas “maravilhas” para observar.
A capela, situada no centro e no pavimento inferior, é uma beleza para aquela fotografia com seu acompanhante. Com seu vão em arco pleno, é uma das imagens mais típicas de edificações do tempo da colonização.
Através de uma passarela você pode chegar à cisterna, ou reservatório de água, sem o qual as tropas não resistiriam muito tempo numa situação de cerco. Repare como eram feitas as coisas naquela época e imagine a mão de obra!
Lembrando que o piso do forte ainda conserva todo o material original usado na construção, com mais de 400 anos.
Sob o chão da fortaleza há um detalhe sinistro: “celas” onde os presos condenados eram colocados para morrerem quando a maré subisse.
E, além disso, no teto da capela, há um compartimento “secreto” onde armas podiam ser escondidas.
Para lembrar do Rio Grande do Norte pela beleza e pela história
Dois tipos de cidade a gente não pode deixar de visitar para se encantar: os “paraísos naturais” e as “cidades históricas”.
Ambas provocam na gente um sentimento de pertencimento, uma relação com certos mistérios da vida e do passado que parecem fazer parte da espécie.
Natal tem muita beleza e muita história. O Forte dos Reis Magos é apenas uma demonstração de tudo o que o nordeste do Brasil tem para mostrar.
Depois dessa visita, toda vez que ouvir falar das histórias das invasões holandesas, terá marcado na memória tudo que aprendeu nessa imersão no forte.
Ah, o custo do ingresso está na faixa de R$ 5,00 e os guias prontamente contarão para você, visitante, o que começamos a contar aqui.
Agora que você já está devidamente a fim de visitar esse patrimônio histórico e artístico nacional, vamos deixar algumas respostas de reforço rápidas para perguntinhas que normalmente surgem.